CORREIA TRANSPORTADORA – NORMAS E ENSAIOS

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correia transportadora normas e ensaios

Este artigo foi desenvolvido por Willian de Castro Toledo.

OBJETIVO

Este artigo tem como objetivo demonstrar as principais normas e ensaios específicos para correia transportadora com destaque para os itens que podem compor um certificado de qualidade.  

DESENVOLVIMENTO
NORMA E NORMATIZAÇÃO

A fabricação de uma correia transportadora é regida por normas técnicas para garantir a qualidade e performance operacional do produto. Normas técnicas são documentos que estabelecem as expectativas em relação a um produto, processo, serviço ou sistema de gestão e são estabelecidas por consenso e aprovadas por um organismo reconhecido que visa à otimização de benefícios para as empresas e para a comunidade

A difusão e aplicação das normas técnicas é feita através do processo de normatização, que visa a solução ou prevenção de problemas, e conta com a participação de todos os interessados para a promoção da economia global. 

As principais normas aplicáveis para correia transportadora são baseadas nas publicações dos órgãos:  

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ABNT: A Associação Brasileira de Normas Técnicas é o órgão responsável pela normatização técnica no Brasil. As normas para transportador de correia são elaboradas através da comissão de estudos formado por profissionais da área de siderurgia, mineração, fabricantes de equipamentos, fornecedores, usuários, dentre outros.

ISO: International Organization for Standardization, ou, Organização Internacional de Padronização fundada em Londres, Reino Unido. Em outras palavras, é um meio de promover a normalização de produtos e serviços, utilizando determinadas normas para que a qualidade seja melhorada.

DIN: É a abreviação de Deutsches Institut für Normung, Instituto Alemão para Normatização. Organização alemã sem fins lucrativos, ela representa a Organização Internacional para Padronização (ISO) no Brasil.

ASTM: American Society for Testing and Materials, ouSociedade Americana de Ensaios e Materiais,é um órgão que tem como responsabilidade o desenvolvimento e a publicação de normas técnicas aplicadas para diversos produtos, materiais, serviços e sistemas.

CERTIFICADO DE QUALIDADE

Certificado de qualidade é um documento utilizado pelo fabricante para garantir que seu produto está em conformidade com as normas reconhecidas e aceitas, ou seja, busca controlar a qualidade dos seus produtos através de métodos e ensaios específicos, desde o recebimento da matéria prima até o final do processo produtivo. Pode-se dizer que um certificado é uma demonstração de confiança do fabricante com seu produto. 

Vantagens do uso do certificado de qualidade:

  • Aumenta a competitividade do produto em relação aos concorrentes que não possuem;
  • Demonstra a qualidade do produto por atender a requisitos de normas reconhecidas e aceitas;
  • Evita devoluções e novas inspeções no recebimento pelo cliente;
  • Facilita exportações por estar em conformidade com as normas;
  • Assegura-se ao usuário um patamar mínimo de custo-benefício.

Um certificado pode conter um determinado padrão mínimo de informações estabelecidas por normas, porém, deve apresentar no mínimo aquelas informações que garantam que o produto vai atender ao serviço pretendido. Geralmente, um certificado contém:

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Ensaios dimensionais e visuais:

  • Comprimento;
  • Largura;
  • N° de lonas, de cabos e amortecedores;
  • Bordas;
  • Espessura das coberturas e espessura total;

Ensaios físicos ou destrutivos:

  • Dureza;
  • Resistência à abrasão;
  • Resistência à ruptura;
  • Alongamento;
  • Adesão;

A figura 01 mostra a relação das principais normas aplicadas em correia transportadora.

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A figura 02 mostra um exemplo de certificado de qualidade para correias de lonas.

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A figura 03 mostra um exemplo de certificado de qualidade para correias de cabo de aço.

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Observação: As informações das tolerâncias e valores especificados podem variar conforme especificação da correia, contudo, o detalhamento destas informações é mostrado a seguir.

REQUISITOS DIMENSIONAIS

Usualmente é utilizado a norma DIN para definir os parâmetros dos requisitos dimensionais para correia transportadora por ser completa e ter ampla aceitação no mercado nacional e internacional.

As normas DIN 22102 e DIN 22131 parte 01 definem os requisitos dimensionais e tolerâncias para as correias transportadoras de lonas têxteis e cabos de aço respectivamente conforme mostram as figuras 04, 05 e 06.

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A área destacada na figura 05 são as configurações preferidas pelos projetistas para correias de cabo de aço.

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ENSAIOS FÍSICOS E DESTRUTIVOS

ADESÃO E ARRANCAMENTO DE CABOS

O ensaio de adesão é feito em correia transportadora com carcaça composta por lonas para testar a resistência contra a separação das coberturas e lonas e entre lonas da correia. A norma de referência é a DIN 22102 parte 01.

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Em correia com cabo de aço, o ensaio de adesão é feito para testar a resistência de separação das coberturas com o núcleo de ligação. A norma de referência é a DIN 22131 parte 01.

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O ensaio de arrancamento de cabos é feito com referência na norma ISO 15236-1. Este ensaio é feito para testar à adesão entre a borracha e o cabo de aço e o valor de referência é dado através da fórmula 15 x diâmetro do cabo + 15 em N/mm.

Os valores de referência dos ensaios de adesão e arrancamento de cabos pode ser visto figura 07.

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A figura 08 mostra como são feitos os ensaios de adesão em correia transportadora de lonas e cabos de aço e arrancamento de cabos.

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ALONGAMENTO À TENSÃO DE TRABALHO

É a deformação do corpo de prova sob um determinado esforço, e em correia transportadora, é o seu alongamento em função da tensão de trabalho. A norma DIN 22102 define os valores para correias que utilizam fios longitudinais de Poliéster na carcaça e a DIN 22131 para correias compostas por cabos de aço. O ensaio utiliza como força de referência, o valor de 10% da força de ruptura mínima conforme mostra a figura 09.

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DUREZA

É a resistência oposta à força de penetração de um pino de ponta esférica sob uma carga constante. Para fazer o ensaio de dureza é utilizado o durômetro conforme mostra a figura 10. A norma de referência é a ASTM 2240, que demonstra os procedimentos para fazer os ensaios. Geralmente os valores de dureza para correia transportadora é de 55 a 70 Shore A.

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RESISTÊNCIA À ABRASÃO

A resistência à abrasão é medida movendo uma peça de teste através da superfície de uma folha abrasiva montada em um tambor rotativo conforme mostra a figura 11. É expresso como perda de volume em milímetros cúbicos, por exemplo 150 mm³. Um número menor indica melhor resistência à abrasão.

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As normas ISO 4649 e DIN 53516 mostram os procedimentos para o ensaio de resistência à abrasão. A norma DIN 22102 mostra os valores de referência de acordo com o material de cobertura da correia transportadora conforme mostra a figura 12.  

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Observação: Atualmente no mercado existem compostos de borracha com valores de resistência à abrasão melhores do que referenciado na norma, contudo o ensaio contendo o procedimento para medir é o mesmo.

RESISTÊNCIA À RUPTURA E ALONGAMENTO À RUPTURA

Resistência à ruptura é a capacidade do corpo de prova resistir a força por unidade de área da secção original necessária para rompê-lo. O alongamento é a deformação do corpo de prova sob determinado esforço, neste caso, o alongamento considerado é o do momento de ruptura.

A norma ASTM D412 mostra o procedimento para a realização dos ensaios de ruptura e alongamento conforme mostra a figura 13 e define os valores de referência para o elastômero conforme mostra a figura 14.

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RESISTÊNCIA À RUPTURA DO CABO

A norma ISO 7622-1 mostra os procedimentos para a realização do ensaio de resistência à ruptura do cabo. A resistência real à ruptura do cabo de aço é verificada tracionando todo o cabo de aço até o seu rompimento conforme a figura 15. Resultado indicado em kN.

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CAPACIDADE DE DEFLEXÃO (ACAMAMENTO)

Este ensaio tem o objetivo de testar a rigidez transversal da correia, onde a capacidade de deflexão é dada pela relação f/B para roletes com três rolos, ou seja, é a capacidade da correia se adaptar na forma de configuração dos roletes conforme mostra a figura 16:

f = deflexão

B = largura da correia

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As normas aplicáveis são a DIN 22012 e DIN 22131, onde os valores de referência é mostrado na figura 17.

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CONCLUSÃO

Foi mostrado neste artigo, as normas que são usualmente aplicadas para correia transportadora, com destaque para o certificado de qualidade que é um documento para demonstrar que o produto está em conformidade com as normas reconhecidas e aceitas conforme os ensaios específicos.

É de grande importância conhecer as normas e ensaios para exigir o fornecimento de acordo com estes padrões de modo a mitigar e/ou reduzir possíveis problemas de baixa performance das correias no ambiente operacional.  

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